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Imagine a cena: um homem idoso, embriagado, deitado com as próprias filhas — uma após a outra — sob a desculpa dessa embriaguez. O que hoje causa repulsa imediata era, na pintura europeia entre os séculos XVI e XVII, um dos temas mais explorados pelos maiores mestres. Por quê?
Porque, paradoxalmente, o escândalo vendia. E vendia muito bem.
 

Por que esse tema era tão popular?

Primeiramente, havia o pretexto moral: ilustrar o perigo do vinho e da solidão após a destruição de Sodoma e Gomorra. No entanto, entre linhas, os artistas — e seus patronos — saboreavam o erotismo proibido. Assim, o que começou como lição bíblica transformou-se em celebração velada do desejo transgressor.
Além disso, a narrativa oferecia tudo que um pintor barroco adorava:
  • Nus femininos em poses sensuais
  • Contraste entre luz e sombra (chiaroscuro perfeito)
  • Expressões de culpa, sedução e embriaguez

 

Os mestres que não resistiram ao tabu

Peter Paul Rubens – o sensual flamengo
Rubens pintou o tema pelo menos três vezes. Na versão do Museu do Prado (c. 1630-1635), as filhas aparecem opulentas, quase triunfantes, enquanto Ló, semi-nu e bêbado, parece entregue ao prazer. A crítica atual aponta: dificilmente ele está tão inconsciente quanto a Bíblia diz.
Guido Reni – a versão “quase casta”
Em contrapartida, Guido Reni (1632, National Gallery de Londres) optou por um tom mais contido. Aqui, as filhas parecem hesitantes, quase arrependidas. Contudo, o corpo da filha mais nova, iluminado dramaticamente, ainda rouba a cena.
Artemisia Gentileschi – a leitura feminina do incesto
Artemisia, vítima de estupro na juventude, trouxe outra perspectiva. Em sua tela de 1640 (Toledo Museum of Art), as filhas não são apenas sedutoras: são ativas, determinadas. Elas seguram a jarra de vinho como quem controla o destino. Pela primeira vez, o olhar não condena — questiona.
Outros que cederam à tentação
  • Albrecht Altdorfer (c. 1530) – versão gótica e sombria
  • Hendrick Goltzius (1616) – gravura cheia de detalhes eróticos
  • Orazio Gentileschi (pai de Artemisia)
  • Simon Vouet, Giovanni Lanfranco, Francesco Furini… a lista é longa.
 

O constrangimento que ainda perturba

Hoje, quando paramos diante dessas obras, sentimos o mesmo desconforto que os artistas quiseram provocar. Afinal, estamos olhando para um incesto justificado pela Bíblia. E, pior: estamos apreciando a beleza dele.
Talvez seja exatamente esse o gênio da pintura antiga: transformar o moralmente inaceitável em esteticamente irresistível.

 

Claude Vignon

 
Peter Paul Rubens

 

Gentileschi, Artemisia

 

Giovanni Battista Langetti

 

Hendrick Goltzius

 

Orazio Gentileschi 

 
Peter Paul Rubens
Paolo De Matteis

 

Albrecht Altdorfer

 

Reni

 

Mattia Preti

 

Jacob Van Loo

 

 Jan van Noordt


Simon Vouet



Peter Paul Rubens




Niccolò Cassana


Joachim Wtewael



Jan Massys



Guercino



Jan Massys





Fontes de pesquisa: Museu do Prado, National Gallery de Londres, Toledo Museum of Art, Wikimedia Commons
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